domingo, 24 de janeiro de 2010

Inúlltil poesia


Que paisagem bela! O sol enfraquecido parece despedir-se. Em chamas incandescentes, nos deixa por mais uma noite, vindo nos encontrar com o despontar da aurora.
As nuvens, como todo o horizonte, parecem pegar fogo. Os últimos raios do astro rei parecem contagiar a todos com suas cores quentes. Ao longe altos morros se levantam, mostrando mais uma vez a onipotência do criador. Uma vegetação escassa de folhas, demonstra a força do sertanejo, sempre vivo em meio à secura da terra. Um pássaro voa livre. O vento traz uma sensação de solidão. Alguém esta sobre uma pedra, na tentativa inútil de descrever este espetáculo divino. O sol se foi e eu também.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Mãos


Tenho mãos,
Que acolhem e expulsam,
Que acariciam e maltratam,
Que aplaudem e apedrejam.
Que abençoam e amaldiçoam.

Minhas mãos,
Mãos ambíguas,
Bem e mal.
Prazer e dor.
Pureza e pecado.
Esquerda e direita.
O certo e o errado.
Salvação e condenação.

Mãos: expressão maior,
Da dualidade existente,
Na essência do homem.

Dois extremos,
Duas opções,
Dois caminhos,
Uma escolha,
Várias conseqüências.

Pare,
Pense,
Escolha,
Aceite:
A dor ou a alegria,
A flor ou o espinho,
O amor ou o ódio.

A escolha é sua,
As consequencias, também.
Viva a escolher,
Escolha a viver..

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Vontades


As vezes queria ser livre!

Livre como o vento.

Livre pra fazer o que quiser.

Levantar roupas e cabelos,

Refrescar o calor,

Arrepiar a pele,

Me aquece nas labaredas do fogo,

Brincar com as nuvens, fazer delas o que quiser,

Produzir ondas e maretas,

Conduzir veleiros,

Passar entre galhos,

Levar perfumes e podridões,

Soprar balões e levantar poeira,

Trazer e levar a chuva.


Mas na vida sou apenas eu,

Preso, inerte, estático.


Muitas são as minhas vontades,

poucas as possibilidades.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Choro...


Alívio da alma que sofre,
Que se apaixona,
Que se ente amada,
Que perde um amigo,
Que se emociona!

Chorar...
Grande tesouro dos homens,
Dom que falta aos insensíveis,
A fala do ser interno,
Bálsamo para as dores.
Chore e alivie sua alma.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

AS DUAS FACES DO EU



Um eu de duas faces!
Este é meu eu:
Um eu composto de outro eu.

Dou risada,
Enquanto por dentro choro!

Fico calado,
Resmungando palavras estomacais.


Falo sim!
Preferiria dizer não.

Penso, não ajo
Ajo, e não penso.

E na loucura de viver,
Sou um, querendo ser outro.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Teu perfume


A vida cheira,
Perfumes exalam,
Trazendo lembranças,
Recordações, cenas vividas.

O cheiro do passado,
Que está nos velhos livros.
O cheiro da felicidade,
Que parece chocolate.
O cheiro da amizade,
Que vem do sorvete.
O cheiro da saudade,
Que sai da terra molhada.

Cheiros...
Os amores passam,
Restam seus perfumes.
Perfumes presentes,
Amores passados.
As lembranças são eternas,
Enquanto durarem, os cheiros.
O cheiro do primeiro encontro,
Aquele perfume especial,
Usado só para você.
O cheiro da pele,
Macia, sedosa.
O cheiro dos beijos,
Molhados, demorados,
Insaciáveis.

O amor parece que entrou em meu coração,
E lá no fundo guardou seu cheiro,
Para nunca mais ser esquecido.

Cada vez que sinto seu perfume,
Me vem a mente as lembranças do nosso amor,
Dos nossos encontros,
Dos momentos felizes e tristes,
Do começo e do fim,
Do durante e do depois.
O seu amor se foi...
Mas seu perfume permaneceu,
Seu amor é passado,E seu perfume é presente.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Descobertas


Descobrir que as paixões repentinas passam. Restam as dores e o sofrimento.
Descobrir que a vida é uma dor constante cujos momentos de alívio são aqueles em que estamos em comunhão com deus ou em companhia de bons amigos.
Descobrir que decepção é sentir que alguém que a pouco te amava, atinge tua face com as mãos do esquecimento, e do abandono.
Descobrir que vivemos para morrer. Que morremos para ser esquecidos.
Descobrir que viajar é lançar-se no desconhecido, para conhecer outras realidades.
Descobrir que escrever é tirar uma flecha que corroe a alma, um peso que maltrata a consciência, um espinho que perfura o coração. Escrever é refugiar-se das dores da existência.