Desabafo

Sou como uma gota derramada no mar. Sei que não sou nada, ao tempo que penso ser alguma coisa. Desejo passar pela vida sem causar muitas dores mas isto parece ser um tanto impossível. A vida é um misto de dor e alegria; de felicidade e tristeza. Apresenta-se muitas vezes como algo embaraçoso e nós dar medo, vontade de fugir de se esconder. Preciso me encontrar, ser caçador de mim. Mergulhar no mar da minha própria existência. Queria a sorte de um amor tranquilo com sabor de fruta mordida, mas como diz o poeta quem tem amor na vida tem sorte. E a sorte passa muito longe de mim. Talvez eu precise me tornar mais amável. Rilke já dizia: "Amar também é bom: pois o amor é difícil." E põe difícil nisso. Me sinto tão mau-amado. Pareço uma laranja a qual falta uma metade. Se minha alma gêmea existe talvez esteja no purgatório, ou se sabe lá onde. Além desse drama amoroso vivo um outro: familiar. Outro dia disseram que a arte que faço é algo sem futuro. Em uma cidade como esta deve ser mesmo. Aqui as pessoas tem uma visão muito estreita para poderem apreciar as coisas artísticas. Em casa ninguém me entende. Todos me criticam. E olha, que eles nem sabem que sou a ovelha colorida da Família. Ainda é cedo pra isso. Alguns amigos meus já sabem, os que não sabem ficaram sabendo após ler esse post. A minha segunda família também anda me perturbando. Algumas pessoas cismaram que estão sendo excluídas por mim e por outros patriarcas. Outras nem mais me suportam. E o que posso fazer? Ficar triste e me sentir um lixo, Pois como esperar que um sorriso meigo pudesse revelar um "sinal" de decepção? É preciso viver e deixa-se viver.